Campeche, território de cenotes a ser explorado

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Campeche é tradicionalmente chamada de Cidade Misteriosa, porque sob suas fundações existem cavernas e galerias subterrâneas que no passado provavelmente serviram como refúgio e saídas escondidas para escapar dos piratas que frequentemente a saqueavam nos séculos XVI e XVII.

Campeche tem sido tradicionalmente chamada de Cidade Misteriosa, porque sob suas fundações existem cavernas e galerias subterrâneas que no passado provavelmente serviram como refúgio e saídas escondidas para escapar dos piratas que frequentemente a saqueavam nos séculos XVI e XVII.

Em uma recente expedição do desconhecido México, exploramos uma grande variedade de cenotes na península de Yucatán, onde se estima que existam mais de 7.000, um paraíso único para aventura e descoberta.

Empolgados para começar esta aventura, preparamos o equipamento de mountain bike e seguimos para a pequena cidade de Miguel Colorado localizada a 65 km da capital e a 15 km de Escárcega. A topografia não é montanhosa, porém é muito gratificante pedalar pela densa selva.

Em Miguel Colorado eles nos receberam muito gentilmente e José, nosso guia, juntou-se à equipe de caminhada. Em um salão de sinuca dilapidado, Pablo Mex Mato, que explora o estado há mais de 15 anos, tirou os mapas e nos mostrou a localização dos cenotes e a rota a pedalar entre cada um deles.

THE BLUE CENOTE

Sempre de bicicleta, percorremos um caminho lamacento e pedregoso que nos conduzia por campos cultivados e pastagens até a selva; depois de 5 km saímos da bicicleta e iniciamos a caminhada por uma trilha, de onde avistamos o brilhante espelho d'água do Cenote Azul. A paisagem é fascinante, o corpo d'água é cercado por grandes paredões rochosos de 85 m de altura, cobertos de mata e árvores que se refletem na água; o diâmetro do cenote é de 250 m, onde se pode nadar, já que o caminho chega até a costa.

Os cenotes são refúgio natural para a flora e a fauna, principalmente na época da seca, já que são a única fonte de água para as espécies que vivem no entorno.

No leito do cenote vivem mojarras de bandas negras e uma pequena espécie de ostra, uma das preferidas dos nativos. Os cenotes de Campeche não possuem infraestrutura como os de Yucatán e Quintana Roo, pois são lugares remotos e selvagens, escondidos no meio da selva onde é melhor estar acompanhado de guias que conheçam a região.

CENOTE DOS PATOS

Do Cenote Azul continuamos a caminhada, subindo os morros que o circundam, enquanto José, nosso guia, percorria a selva com seu facão. O fantástico dossel da selva é formado por inúmeras espécies da flora e algumas das árvores abrigam várias famílias de bromélias e orquídeas.

Depois de caminhar 400 m chegamos ao impressionante Cenote de los Patos, onde certamente vivem muitas dessas aves, como o Patillo pijiji nativo da região e duas espécies migratórias como o Teal e o Pato Moscovich, que vieram para ficar e fazer deste cenote seu Casa.

O Cenote de los Patos tem 200 m de diâmetro e a única forma de chegar à água seria por rapel; Até agora ninguém desceu ao fundo, pois há grandes enxames de abelhas africanas nas paredes, o que pode ser uma séria ameaça se você quiser descer.

Não há registro de quem descobriu esses cenotes, cerca de 10 são conhecidos na área. Sabe-se que foram eles o abastecimento de água durante a época da exploração do chicle e do boom madeireiro do estado. Posteriormente, foram redescobertos durante a instalação da ferrovia. Ainda há muito para explorar e procurar conexões subterrâneas, tarefa reservada aos mergulhadores de caverna.

Terminada a caminhada, retomamos as bicicletas e regressamos a Miguel Colorado. Esta cidade há 15 anos se dedicava à extração de goma de mascar, hoje apenas alguns continuam com esse comércio, a maioria deles se dedica à construção de travessas para manutenção dos trilhos do trem de carga.

CENOTE K41

Chegamos na casa do José, onde sua esposa Norma nos convidou para comer frango na toupeira acompanhada de deliciosas tortilhas artesanais.

Assim que recuperamos as energias, voltamos a andar nas bicicletas e pedalamos um quilômetro e meio até a entrada de um caminho que nos levava ao Cenote K41, assim chamado por estar localizado às margens da linha do trem no km 41.

O Cenote K41 é sem dúvida o mais impressionante da região, está escondido na selva e para poder tirar algumas fotos foi necessário cortar vários ramos com o facão.

A profundidade do K41 é impressionante, tem cerca de 115 m de lance vertical e é praticamente virgem, guardado por inúmeros enxames de abelhas africanas. Mas o melhor ainda estava para começar, por volta das 19 horas. tivemos a oportunidade de desfrutar de um espetáculo único da natureza. Dentro do porão um zumbido estranho começou a ser ouvido e diante de nossos olhos apareceu uma nuvem densa em movimento mal iluminada pela luz do pôr do sol, eram morcegos, milhares e milhares que saíram formando uma coluna incrível, para eles era hora de comer. Por 10 minutos ficamos atordoados com tal espetáculo, eles quase colidiram conosco, só ouvimos o bater das asas e gritos agudos.

Na volta para Miguel Colorado pedalamos iluminando o caminho com um farol. Para os morcegos, a noite começou e para nós um maravilhoso dia de aventura no selvagem território do Campeche.

Fonte: Desconhecido México No. 302 / abril de 2002

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Vídeo: Cenotes labnaha (Pode 2024).