Entrevista com Armando Manzanero

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Por ocasião do Dia do Compositor no México, revivemos (de nosso arquivo) uma conversa que um de nossos colaboradores teve com o maior expoente do gênero romântico em nosso país.

Herdeiro e brilhante seguidor da canção romântica, Armando Manzanero Atualmente é o mais importante compositor mexicano.

Nasceu em Yucatán em um distante dezembro de 1934, aos sessenta e dois anos* Ele está no auge de sua carreira: turnês, shows, boates, cinema, rádio e televisão, tanto no México quanto no exterior, o mantêm permanentemente ocupado. Seu jeito de ser, simples e espontâneo, conquistou o amor e a simpatia de todos os seus públicos.

Com um catálogo de mais de quatrocentas canções gravadas - a primeira escrita em 1950, aos quinze anos - Armando orgulha-se de ter cerca de 50 sucessos mundiais, dos quais dez ou doze são gravados em várias línguas, incluindo chinês, coreano. e japonês. Ele compartilhou honras artísticas com Bobby Capó, Lucho Gatica, Angélica María, Carlos Lico, Roberto Carlos, José José, Elis Regina, Perry Como, Tony Bennet, Pedro Vargas, Luis Miguel, Marco Antonio Muñiz, Oiga Guillot e Luis Demetrio, entre muitos outras.

Durante quinze anos, ele foi líder e até hoje vice-presidente da Associação Nacional de Autores e Compositores, e seu trabalho em defesa dos direitos autorais fortaleceu o grupo e lhe rendeu reconhecimento internacional.

Seu primeiro hit "Estou chorando" é seguido por "Com o amanhecer", "Vou apagar a luz" e depois "Eu adoro", "Parece que foi ontem", "Esta tarde vi chover", "Não", " Contigo aprendi"; “Eu me lembro de você”, “Você me enlouquece”, “Não sei quanto a você” e “Não há nada pessoal”. Atualmente está gravando a música para o filme Alta Tensión.

Você era um trovador no começo?

Sim, claro, como todos os iucatecas, herdei o gosto e a paixão do meu pai pela música. Meu pai era trovador de osso vermelho e disso nos apoiou, com isso nos criou. Ele foi um grande trovador e uma excelente pessoa.

Aprendi a tocar violão como todo mundo em Mérida. Comecei a estudar música aos oito anos. Aos doze comecei a tocar piano, e a partir dos quinze vivo totalmente na música. Eu apenas canto, vivo para a música, como vivo dela!

Comecei a escrever canções em 1950 e trabalhava como pianista em boates. Aos vinte anos fui morar no México e acompanhei Luis Demetrio, Carmela Rey e Rafael Vázquez ao piano. Foi precisamente Luis Demetrio, meu amigo e conterrâneo, quem me aconselhou a não compor como fiz em Yucatán, que deveria fazê-lo com mais liberdade, com mais malícia, para contar uma história mais sugestiva, uma anedota de amor.

Qual foi o seu primeiro grande sucesso?

"Estou chorando", gravada por Bobby Capó, autor porto-riquenho de "Piel canela". Depois vem Lucho Gatica com “Vou apagar a luz”, gravado em 1958, e depois Angélica María, que me rodou como compositora para cinema, já que sua mãe, Angélica Ortiz, era produtora de cinema. Aí começa a cantar as famosas covers que são conhecidas: "Eddy, Eddy", "Say goodbye" e outras.

Depois vem Carlos Lico com o “Adoro”, com o “Não”, e depois a revelação, já forte, a nível nacional. Internacionalmente, já era há muito tempo, principalmente no Brasil.

A primeira vez que me gravaram em outro idioma foi no Brasil, em 1959, o Trio Esperanza, a música se chama “Con la aurora”, olha só! Roberto Carlos grava "Eu lembro de você", e Elis Regina o maior sucesso em português, "Você me deixa louca". Curiosamente, a última música que ele gravou. Cheguei em uma sexta-feira para me encontrar com ela na segunda-feira seguinte e continuar gravando e ela morre naquele fim de semana.

Como você vê o futuro da música romântica?

É a primeira pergunta que sempre me fazem. o música romântica é necessário, é o mais tocado e cantado. Enquanto houver o desejo de segurar a mão do ente querido e expressar nosso amor, ele continuará a existir, sempre existirá. Terá seus altos e baixos, mas permanecerá. Os mexicanos têm uma grande tradição de intérpretes e compositores de música romântica. É uma música perene. Além disso, o catálogo musical mexicano é o segundo mais importante do mundo devido à grande quantidade de músicas que exporta.

Qual é o papel das musas?

As musas são importantes, mas não são indispensáveis, nem insubstituíveis. É muito importante dizer algo a alguém porque é preciso comunicar. Se tem uma boa musa, que fofo! É muito bom cantar para alguém: "Com você eu aprendi." É verdade, aprendi a viver, não porque tive um grande romance, uma loucura de amor, mas porque houve uma pessoa que me ensinou que poderia viver melhor de acordo com as minhas possibilidades.

Sua esposa também é artista?

Não, nem a Virgem o enviou! Tere é minha terceira esposa, e nunca mais faço isso na vida. Dizem que a terceira vez é o charme e me venceu.

* Nota: esta entrevista foi realizada em 1997.

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Vídeo: Noche, boleros y son - Armando Manzanero I 07022020 (Pode 2024).